Green Blood | Recomendação de mangá
:: Sobre a edição
Título: Green Blood
Autores: Masasumi Kakizaki
Editora: JBC
Nº de volumes: 5
Nº de páginas: 200
:: Sobre os spoilers
Há spoilers no texto abaixo, mas acredito que não prejudicam na leitura.
:: Resumo
Em meados do século XIX, Nova York recebia centenas de imigrantes vindos, principalmente, da Irlanda. É neste cenário que acompanhamos a história do Grim Reaper (o Ceifador), um matador de aluguel que serve à gangue dos Grave Diggers, enquanto tenta esconder sua identidade de seu irmão mais novo e executar sua vingança.
:: Sobre a obra
Preciso iniciar a recomendação desta obra destacando a surpresa positiva que tive ao começar a leitura. Nunca fui fã da temática de western, mesmo assim, fiquei tão curioso quando vi o anúncio deste título pela JBC que acabei comprando e demorando bastante para ler. Com uma história típica de filmes western spaghetti, cenas extremamente violentas e um desenho simplesmente espetacular, Green Blood conseguiu fisgar minha atenção em pouco tempo.
Começando então a falar da arte, Kakizaki se mostra um mangaká extremamente detalhista, o trabalho com que se dedicou nos cenários, o cuidado em mostrar a madeira envelhecida, os lampiões, os efeitos da luz noturna e mesmo as cenas de chuva, são apenas parte do que nos faz parar para admirar o seu talento. Além disso, em momentos que o foco é nos personagens, ele consegue colocar uma forte expressividade no olhar e nas expressões faciais, reparem nos momentos que ocorrem duelos.
Saindo um pouco da arte e entrando no roteiro, a história é, segundo Kakizaki, “um apanhado geral dos meus gostos pessoais”. Além da inspiração em Django (1966), quem já assistiu Gangues de Nova York, com o Leonardo DiCaprio e Daniel Day-Lewis, vai reconhecer bastante os elementos visuais nos cenários e na questão das gangues. De início, conhecemos a história de Five Points, um antigo bairro violento de Manhattan, em que duas gangues disputam território, os Grave Diggers e Iron Butterflies. A serviço dos GD, Grim Reaper, o Brad Burns, é um temido matador de aluguel que busca vingança contra seu pai, enquanto protege seu irmão mais novo, o Luke Burns, que não tem ideia da real identidade de Brad.
Durante os dois primeiros volumes e metade do terceiro, o foco é nas brigas das duas gangues e na aparição de um temido personagem, o Edward King, que não só provoca uma tremenda guerra, como nos apresenta a monstruosa Gatling Gun, uma arma capaz de disparar cerca de 200 tiros por minuto e que também está presente no filme do Django.
A partir da segunda metade do volume 3, Luke já sabe a verdade sobre Brad e os dois decidem juntos partir para a vingança. Durante o percurso atravessando os Estados Unidos, eles cruzam o caminho de membros da gangue de King. Ocorrem então outros duelos em que novamente a arte e a história do Kakizaki se combinam de maneira espetacular.
Já nos volumes 4, o autor consegue tratar de um tema que eu nunca pensei em ver em uma obra japonesa, o primeiro é o racismo contra negros, Luke acaba conhecendo alguns personagens que mesmo já sendo libertos, ainda são tratados com desprezo. O segundo é o racismo contra os índios, ao longo da leitura eu senti falta da presença dos nativos americanos, e somente no fim do volume 4 eles aparecem durante um conflito com os “homens brancos”.
A história termina com Luke e Brad ajudando o nativos norte americanos e finalmente encontrando o alvo de suas buscas. Com um plano em mente, King provoca sua própria prisão, atraindo sem saber a atenção do Luke, que sozinho decide realizar o desejo do irmão. A batalha final tem algumas reviravoltas e finaliza o volume apresentando uma visão de Nova York no começo do século XX, em que, não canso de destacar, Kakizaki, capricha no detalhes.
Não percam a chance de ler esta história, tanto se você for fã de western spaghetti ou não, a arte, a história e como ela é desenvolvida vão capturar a atenção de qualquer um, só não recomendo para quem tem problemas com violência!
Boa leitura e não deixem de acompanhar nossa fanpage!
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